«O nosso suave e belo Portugal, jardim da Europa «à beira-mar plantado», é um país especial. Com todos os seus defeitos, tenho-lhe um grande amor. Sentimento e lógica são mundos à parte!»
Humberto Delgado, The Memoirs of General Delgado, 1964
Para celebrar a democracia há que ter presente os grandes nomes que para ela contribuiram. É o caso de Humberto da Silva Delgado (1906-1965), um homem que se tornou um mito português. Um mito que perdura na memória coletiva e no reconhecimento da intemporalidade dos seus ideais.
Delgado foi o único candidato presidencial a bater-se nas urnas contra o regime e a afrontar Salazar, sendo hoje reconhecido como um dos principais rostos da oposição ao Estado Novo. Político e militar distinto da Força Aérea Portuguesa, o percurso de Delgado ficaria marcado pela candidatura à Presidência da República nas eleições presidenciais de 1958, das quais saiu fraudulentamente derrotado. A sua coragem sair-lhe-ia cara. A Operação Outono – nome de código da armadilha preparada pela PIDE, atraiu-o à cilada fatal, fazendo-o acreditar que ia ao encontro de oficiais dispostos, como ele, a arriscar a vida pela revolução. A armadilha culminaria com o assassinato do general e da sua secretária, Arajaryr Campos, junto à fronteira espanhola de Olivença, em 13 de fevereiro de 1965.
«Que Portugal deixe de ter medo!» Assim aconteceu em 1958, quando Humberto Delgado simbolizou a esperança de um país livre, unindo multidões em redor da sua mensagem, do seu carisma e da sua CORAGEM.
«Obviamente demito-o!» Foi com esta frase célebre que desafiou diretamente António de Oliveira Salazar e foi graças a ela que ficou conhecido como «General sem Medo». Plebiscitado nas ruas e praças de Norte a Sul, foi vítima de uma das maiores fraudes eleitorais.
«Eu voltarei!» Assim prometeu na sua partida para o exílio em 20 de abril de 1959. Na passagem de ano de 1961 para 1962, cumpriu com a promessa, ao entrar em Portugal sob identidade falsa para comandar a malograda Revolta de Beja, precursora do 25 de abril de 1974.
«Eu estou pronto a morrer pela Liberdade!» Humberto Delgado prosseguiu a sua luta com DETERMINAÇÃO e com a certeza de que só uma revolta militar derrubaria o regime.
Frederico Delgado Rosa in Humberto Delgado (1906-1965) – Coragem, Determinação, Reconhecimento
Humberto Delgado (1906-1965) – Coragem, Determinação, Reconhecimento, foi o primeiro volume da coleção «No Panteão Nacional», uma coleção bilingue que pretende homenagear a vida e obra daqueles que receberam a mais elevada honra póstuma concedida em Portugal, o Panteão Nacional. A autoria deste título é de Frederico Delgado Rosa.
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