A obra Poemas do Purgatório, da autoria do português Miguel Barreto Henriques, conquistou a 6.ª edição do Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro, promovido pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), em parceria com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, e dirigido a lusodescendentes e a portugueses a residir no estrangeiro.
«Este livro surpreendeu-nos como uma gargalhada fresca no meio de um concerto, como um riso claro. Sendo um livro curto, é um livro que funciona excelentemente no amor/humor de quem o ler», conforme declara o júri do Prémio, composto por Luís Filipe Castro Mendes (presidente), Martina Matozzi e Paula Mendes, que distinguiu este trabalho poético de Miguel Barreto Henriques, no qual se faz «sentir fortemente a incidência do surrealismo».
De acordo com o autor, a obra «explora, com humor e ironia, as contradições da vida contemporânea. Numa viagem entre o absurdo e o quotidiano, os versos abordam temas como política, filosofia, amor e cultura pop, entrelaçando referências literárias e críticas sociais».
Miguel Barreto Henriques (Coimbra, 1981) estudou Relações Internacionais e é doutorado em Política Internacional e Resolução de Conflitos pela Universidade de Coimbra. Reside, desde 2012, em Bogotá, na Colômbia, onde se dedica à docência e a investigar o conflito armado. Foi, durante vários anos, diretor do Observatório de Construção da Paz da Universidade de Bogotá Jorge Tadeo Lozano e, atualmente, é Professor Associado do Departamento de Ciência Política da Pontificia Universidad Javeriana.
Tem várias publicações no domínio da investigação para a paz, com especial ênfase, no papel da arte nos processos de verdade, memória, reconciliação e construção da paz. No domínio da Poesia, editou Vã Guarda: autobiografia não autorizada (2012), El pie derecho de Maradona (2019), Pedazos de papel (2020) e Versos Livres (2024). Tem igualmente publicações em revistas, antologias e blogs, e faz parte do coletivo “Poesía Sin Fronteras”.
O Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro, além de homenagear a figura incontornável e exemplar de Ferreira de Castro, pretende reforçar os vínculos de pertença à língua e cultura portuguesas e estimular a participação de portugueses residentes no estrangeiro e lusodescendentes, prestando, assim, às comunidades portuguesas dispersas pelo mundo o justo reconhecimento pelas atividades que desenvolvem nos seus países de acolhimento.
Além do valor pecuniário, o Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro contempla ainda a publicação da obra vencedora pela Imprensa Nacional, a chancela editorial da INCM.