No dia 29 de setembro, na Biblioteca da Imprensa Nacional, celebrámos Salette Tavares, no ano em que se assinala o centenário do seu nascimento, apresentando o mais recente volume da coleção Plural: Obra Poética 1957-1994, de Salette Tavares.
Apresentaram este título as professoras Catherine Dumas e Rosa Maria Martelo. A sessão comtemplou ainda a leitura de poemas por Salette Brandão (filha de Salette Tavares) e Jorge dos Reis. Confira aqui alguns momentos da sessão.

Salette Tavares nasceu em Moçambique em 1922. Formou-se em Ciências Histórico‑Filosóficas na Universidade de Lisboa. Posteriormente, especializou-se em estética e teoria da arte. Teve um papel constante no ensino e na salvaguarda do património, assim como na reabilitação urbana, como membro e presidente da secção portuguesa da AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte). Começou por se destacar na década de 1960, no contexto da Poesia Experimental. Enformada por uma continuada reflexão teórica, a sua obra cruza a produção literária e a prática artística, através de uma exploração tridimensional à qual deu o nome de «Poesia espacial».
«A terra é uma esfera suspensa», este verso de Lex Icon exprime bem o conceito do experimentalismo ao qual a poeta se dedica. Toda a estética de Salette Tavares é condicionada pelo inacabado do sentido. A sua obra configura uma cosmogonia poética do por acontecer, por descobrir, do eco sonoro e semântico que nunca acaba, duma surrealidade intrínseca. Morreu em Lisboa em 1994.