Apresentámos no passado dia 18 de fevereiro, em Cinfães, o livro Relações e Confidências das Expedições de Serpa Pinto. Estudo e Antologia da Correspondência Relativa às Campanhas de África (1876-1890), de Tomás Pinto Bravo.
A apresentação do livro, em Cinfães (terra natal de Serpa Pinto) esteve a cargo de Gonçalo Sampaio e Mello, numa sessão que contou com a presença do autor, de Armando Mourisco, presidente da Câmara Municipal de Cinfães, e de Duarte Azinheira, diretor de Edição e Cultura da Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Estiveram presentes nesta sessão cerca de 180 pessoas. Além de duas peças tocadas ao piano entre as comunicações, o evento foi encerrado com uma brilhante interpretação da banda sonora do filme África Minha, por parte da Orquestra de Sopros e Percussão da Academia de Artes de Cinfães.
Depois da sessão em Cinfães, o livro foi também apresentado na Biblioteca da Imprensa Nacional, em Lisboa, no dia 23 de fevereiro. Também a bonita sala da Biblioteca da Imprensa Nacional se encheu para ouvir Tomás Pinto Bravo, Gonçalo Sampaio e Mello e Duarte Azinheira e, claro, celebrar Serpa Pinto. Confira aqui nas fotografias:
Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto (1846-1900) foi um dos mais célebres nomes do século xıx. Destacou-se não só como explorador, mas também como militar, político, diplomata, administrador colonial e escritor. Da sua visão sobre o papel de Portugal no Mundo, ressalta a magna entrega às campanhas de reconhecimento geográfico das terras ultramarinas, a defesa de uma ocupação imediata, mas que fosse realizada essencialmente através do controlo do comércio e da atividade missionária, e o constante combate à escravatura.
Contudo, o epítome que o consagrou como africanista foi o do aventureiro — e em parte pelo carisma consagrado e divulgado na única obra que publicou em vida, Como Eu Atravessei África, lançada em 1881 e traduzida em sete línguas. Daqui nasceu o empenho de Tomás Pinto Bravo em publicar a correspondência de Serpa Pinto que chegou até nós e que além de valor histórico tem também valor literário.
Recolhem-se neste livro 162 cartas de, para ou relativas a Serpa Pinto, oriundas dos fundos da Sociedade de Geografia de Lisboa, do Arquivo Histórico Militar, do Arquivo Histórico Ultramarino, da Biblioteca Nacional de Portugal e dos livros brancos do Ministério dos Negócios Estrangeiros: em todas elas há lustre de proeza, timbre de narrativa e genuína graça portuguesa.
Sobre o autor:
Tomás Pinto Bravo nasceu em 1999 e é natural de Tavira. É licenciado em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e, no momento de publicação deste livro, aluno do mestrado em História da Igreja na Faculdade de História e Bens Culturais da Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma.
Em 2020, fez parte do Conselho Cultural e Científico das Comemorações da Elevação de Tavira a Cidade, âmbito em que publicou o estudo «As Visitas Régias da Dinastia de Avis a Tavira». Conta com artigos publicados nas revistas científicas Itinerarium, dos Franciscanos de Portugal, e Mátria XXI, do Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão, agremiação a que pertence, e nas revistas culturais Brotéria, dos Jesuítas Portugueses, e Quadrante, da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa. Coordenou a obra Vultos Tavirenses Dignos de Memória, publicada em 2021 pela Edições Colibri e com o apoio da Câmara Municipal de Tavira. Já apresentou comunicações em eventos nacionais e internacionais e, em 2022, venceu a 2.ª edição do Prémio Marquês de Fronteira e Alorna para a melhor comunicação do VI Congresso Internacional Casa Nobre: Um Património com Futuro.
De entre diversas abordagens, sempre no prisma da história cultural, destaca-se a que dedicou à epistolografia de Serpa Pinto, motivada por certa ascendência às serranias do Bestança, surgida em contexto universitário e que toma corpo no presente livro, sob o tentame de reunir e facultar o acesso a uma das mais interessantes coleções de correspondência relativa a viagens de exploração de África.