Assinalámos a reabertura da Biblioteca da Imprensa Nacional no dia 20 de setembro, após as obras de conservação do espaço centenário e dos seus livros, com a realização deste Colóquio que teve como objetivo contribuir para a reflexão sobre um documento muito importante para a história da INCM nos finais da Idade Média e inícios da Época Moderna: o Regimento que o rei D. Manuel I (1495-1521) entregue à Casa da Moeda de Lisboa, a 23 de março de 1498.
Este é um dos três Regimentos que se conservaram até aos nossos dias. O mais antigo, de 1391, foi entregue pelo rei D. João I à Casa da Moeda do Porto; seguiram-se os Regimentos de 1498 e de 1686, homologados respetivamente pelos reis D. Manuel I e D. Pedro II, mas em benefício da Casa da Moeda de Lisboa. Não essencial, estes três Regimentos dão-nos informações preciosas sobre a forma como se organizou a Casa da Moeda, incluindo informações sobre as respetivas funções funcionais, espaços de trabalho e serviços assegurados pelos oficiais e moedeiros que nela laboravam.
Assinalando os 525 anos da homologação do Regimento, o Colóquio contorno com uma sessão de abertura, presidido por Duarte Azinheira, Administrador da INCM, e Mário Gouveia, Organizador do Colóquio, à qual se seguiram duas sessões de três comunicações. André Teixeira e Rodrigo Banha da Silva apresentam as mais recentes descobertas arqueológicas que permitem compreender a evolução da cidade de Lisboa durante os séculos xv e xvı; Rui Centeno efetuou uma análise comparada dos cunhos dos justos lavrados sob D. João II, de forma a esclarecer problemas de interpretação histórica e numismática; João Paulo Oliveira e Costa reflectiu sobre a importância do ouro para a afirmação da autoridade régia e a construção de redes de poder, em Portugal, durante os séculos xv e xvı.
Após uma pausa para o almoço, os trabalhos foram retomados à tarde com uma sessão de três comunicações. Mário Gouveia refletiu sobre o caráter sonoro da Casa da Moeda de Lisboa nas últimas décadas do século xv; João Vieira analisou em detalhe o Regimento de 1498, evidenciando problemas do foro paleográfico, histórico, numismático e institucional; Milton Pacheco, partindo também do Regimento de 1498, reflectiu sobre os modelos teóricos e a organização espacial da Casa da Moeda de Lisboa. O Colóquio terminou com uma sessão de encerramento presidida por Cláudio Garrudo, Diretor da Unidade de Edição e Cultura da INCM.
