Collecção de pequenas estampas, em que estão representados varios objectos dos mais vulgares e conhecidos pelas crianças, e alguns animaes e plantas das classes principaes, António de Araújo Travassos. Publicado pela Impressão Régia em 1820.
Edição associada ao Ensaio sobre hum novo modo de ensinar a ler e taboadas para a multiplicação dos números de 1 a 100 por cada um dos mesmos números; com as cartas respectivas, e quatrocentas e trinta e duas pequenas estampas para recreio e instrucção dos meninos, e para se lhes darem em premio á medida de seus progressos, do mesmo autor.
António de Araújo Travassos era oficial da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda e Sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa, sendo também autor do Ensaio sobre a economia dos combustíveis (Impressão Régia, 1810; premiado pela Sociedade Real Marítima, Militar e Geográfica). O seu caráter experimental e inventivo traduziu-se ainda nas publicações, pela Academia das Ciências, de «Extracção de loterias; que se executa em tempo brevissimo, e sem que se possa commetter erro ou engano» e «Memoria sobre a distillação».

Esta sua proposta pedagógica, dedicada pelo autor ao Marquês de Borba, terá sido a primeira a recorrer ao uso de estereótipos, cuja reprodução passou também pela iniciativa do autor. Na sua dedicatória, Travassos esclarece o seu eventual mecenas:
«Nem deixará de concorrer para ganhar o Patrocínio que Vos.Exc. costuma conceder às Ciências e Artes a circunstância de ser esta edição a primeira, em que neste Reino se faz uso de estereótipos; os quais, posto que imperfeitos por falta de máquinas apropriadas, eu mesmo fundi por modo fácil e de minha invenção.»
Apesar de um pioneirismo, este método não atingiu o sucesso necessário, caindo rapidamente em desuso e no esquecimento geral, embora Feliciano de Castilho o referisse anos mais tarde, no seu próprio método de ensino.
Biblioteca da Imprensa Nacional: 04-2-A-1-1/011 a 013
Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.