Memoria sobre a utilidade dos jardins botanicos a respeito da agricultura e principalmente da cultivação das charnecas, de Domenico Vandelli. Edição de 1770, da Regia Officina Typografica.
Historicamente, a Imprensa Nacional assumiu uma vertente pedagógica que hoje se reflete num legado importante para a história da ciência e da tecnologia em Portugal. Entre o vasto conjunto de edições que assegurou neste domínio, destaca-se a obra do naturalista italiano e primeiro diretor do Jardim Botânico da Ajuda, Domenico Vandelli (1735-1816), sobre a importância dos jardins botânicos.
Na sua Memória sobre a utilidade dos jardins botânicos…, o naturalista evidenciou a importância da criação destes jardins para o estudo da botânica e da agricultura e para o conhecimento dos recursos naturais. Foi também a partir desta publicação que Vandelli sensibilizou o poder público para a necessidade de acolher e centralizar na Ajuda as espécies recolhidas nos territórios coloniais portugueses, designadamente aquelas que mostrassem maior potencial de exploração económica.
Vandelli, que veio para Portugal em 1764, a convite do Marquês de Pombal (então Conde de Oeiras), foi também um dos responsáveis pela criação do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, em 1772, onde foi lente de Química e de História Natural. Entre muitas outras obras, foi também autor do Diccionario dos termos technicos de História Natural: extrahidos das Obras de Linnéo, publicado em 1788 pela Imprensa da Universidade de Coimbra.
Fotografia de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.