Segunda edição, corrigida e alargada, do poema de José Agostinho de Macedo. Impressão Régia, 1815.
Com uma vida e carreira marcadas pelo delito e pela polémica, José Agostinho de Macedo (1761-1831) ingressou na Ordem dos Gracianos em 1778, da qual foi expulso menos de cinco anos depois, sob acusação de furto, entre outras ofensas. Defensor fervoroso do absolutismo, Macedo deixou vasta obra filosófica, política, dramática e poética, alimentando a sua popularidade pela constante contradição e controvérsia. Aderiu também à Nova Arcádia, onde manteve uma relação de tensão permanente com Manuel Maria Barbosa du Bocage.
O poema Newton é um dos expoentes máximos da sua leitura teológica e absolutista da ciência. A esta segunda edição, de 1815, foram acrescentadas mais 56 páginas em relação à primeira, publicada em 1813, e que contava 95 páginas. Este exemplar incluiu também, em folha de rosto, uma gravura de representação de Isaac Newton assinada por «Fontes».
A publicação das duas edições pela Impressão Régia ocorreu sob administração de Joaquim António Xavier Anes da Costa, também ele um «desafeto às ideias liberais», que comandou os destinos da tipografia do Estado até à vitória definitiva do liberalismo, em 1833.
Biblioteca da Imprensa Nacional: 04-2-B-1-2/011.
Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.