Prova de retrato de Manuel de Figueiredo, escrevendo com pena.
Desenho de Domingos António de Sequeira (1768-1837) e gravura a buril de Francesco Bartolozzi (1727-1815). Impressão Régia [1804].
Dramaturgo e poeta, Manuel de Figueiredo (1725-1801) deixou uma vasta obra publicada e foi o principal representante do teatro neoclássico português, embora colhesse maior aceitação entre as elites intelectuais do que do público em geral. Em 1756 aderiu à Arcádia Lusitana, adotando o pseudónimo Licíadas Cíntio.
Esta gravura do seu retrato, da autoria de Domingos Sequeira e Francesco Bartolozzi, ilustrou o primeiro tomo da edição Theatro de Manuel de Figueiredo, publicada em 11 volumes (14 tomos) pela Impressão Régia, entre 1804 e 1815. Gravador de origem florentina, Francesco Bartolozzi fez escola em Itália e serviu a Casa Real britânica durante quatro décadas. Em 1802, viria instalar-se em Portugal, onde dirigiu a Aula de Gravura criada pelo Marquês de Pombal e foi mestre da Impressão Régia. Terá sido por volta de 1804 que transferiu para gravura o desenho original do desenhador e pintor Domingos Sequeira, cuja obra artística é largamente conhecida e que terá sido também o primeiro litógrafo português.
Sob a moldura oval, encontra-se a inscrição da conhecida máxima de Horácio, assumida como divisa por Manuel de Figueiredo: «Non ego ventosae plebis suffragia venor» [«Não procuro a aprovação da plebe inconstante»].
A matriz da gravura encontra-se preservada como parte do património da INCM.
Fotografia de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.