Edição para 1940-1941 de Guia Profissional Telefónica, Lisboa, da APT. Ilustração da capa por [Júlio] Amorim.
A companhia britânica APT — The Anglo-Portuguese Telephone Company, Ltd, foi responsável pela exploração das redes telefónicas de Lisboa e Porto entre 1887 e 1967, data em que a concessão foi resgatada pelo Estado Português e transferida para a nova empresa TLP — Telefones de Lisboa e Porto.
As primeiras listas de assinantes de Lisboa e Porto surgiram em 1882, quando a Edison Gower Bell Company recebeu a primeira concessão do serviço, depois transferida para a APT. Nessa altura, as listas eram compostas por uma única página à qual se adicionavam suplementos sempre que surgiam novos subscritores. Entre os primeiros assinantes estiveram, por exemplo, a Casa Havanesa, o Hotel Central e o Coliseu dos Recreios.
Em 1900, a APT reunia já um total de 2600 assinantes em Lisboa e no Porto, cujas linhas, a partir de 1904, ficaram ligadas entre si através da rede do Estado.

Depois de ultrapassar sucessivas dificuldades no processo de instalação das redes telefónicas a seu cargo, a companhia inaugurou em 1903 a primeira estação telefónica de bateria central em Portugal (a segunda da Europa) e iniciou, em 1930, a automatização das suas centrais. O sistema automático, implicando a marcação direta do número para o qual se pretendia realizar a chamada, levou a APT a incentivar o público à utilização das listas telefónicas, hábito ainda pouco enraizado entre os assinantes. Também em resultado da automatização da rede e da entrada do telefone no quotidiano, acompanhando o crescimento urbano, a companhia iniciou, em 1936, os serviços de Despertar e Hora Exata, seguindo-se, em 1937, o Serviço Informativo Telefónico. Mantendo um crescimento sem precedentes, em 1940 somava mais de 54 mil instalações.
A Biblioteca da Imprensa Nacional conserva algumas destas listas de assinantes, tanto particulares como comerciais, e que hoje são uma importante fonte para a história económica, social e local.
Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.