Edição Oficial da Pharmacopêa Portugueza, de 1876, publicada pela Imprensa Nacional.
Como edição destinada a acompanhar a evolução científica e tecnológica dos medicamentos e respetivas atualizações, bem como a orientar os farmacêuticos e salvaguardar a saúde pública, a Farmacopeia tem sido publicada e atualizada há mais de dois séculos, organizando-se em Farmacopeias nacionais, regionais e internacionais.
De um modo geral, e sobretudo a partir do século XVIII e ainda sem caráter oficial, estes livros surgiram como literatura farmacêutica fundamental, numa época em que este tipo de recursos escasseava. De literatura de apoio, evoluíram para um papel legalmente reconhecido, constituindo hoje a norma oficial e de aplicação obrigatória.
No contexto português, a primeira Farmacopeia oficial (Pharmacopeia Geral do Reino…) data de 1794, tendo sido redigida pelo médico da rainha D. Maria I e por ela aprovada. A edição foi publicada pela então designada Impressão Régia, também responsável pela segunda edição, de 1824.
Esta edição de 1876, também publicada pela Imprensa Nacional, foi desenvolvida por uma comissão de especialistas nacionais, nomeada pelo rei D. Luís, por decreto de 15 de novembro de 1871, que optou por eliminar a componente técnica farmacêutica e focar-se na apresentação, por ordem alfabética, de medicamentos e outras substâncias químicas e vegetais. A nova Farmacopeia substituiu o anterior Codigo Pharmaceutico Luzitano, em vigor desde a década de 1830. O projeto da comissão foi aprovado para publicação por decreto de 14 de setembro de 1876, por nele estarem «convenientemente consideradas e aproveitadas as indicações das ciências aplicáveis, no seu progressivo desenvolvimento» tornando a obra «recomendável para o ensino e a prática da farmácia em harmonia com as exigências da época».
Biblioteca da Imprensa Nacional: 08-2-A-2-1/024
Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.