Segunda edição, revista e aumentada, publicada pela Livraria Tavares Cardoso & Irmão em 1903.
António Feijó (1859-1917) foi diplomata e poeta, originalmente formado em Direito pela Universidade de Coimbra. O seu percurso como cônsul passou por várias cidades do Brasil e depois pela Escandinávia. Em Portugal, o seu círculo social incluiu boa parte da elite intelectual do final do século xıx, de Antero de Quental, Eça de Queiroz, Oliveira Martins e Ramalho Ortigão a figuras como Luís de Castro Osório, António Cândido, Guerra Junqueiro, Magalhães Lima e Trindade Coelho, entre tantos outros.
A sua obra poética ficou assinalada por várias publicações, entre as quais Transfigurações, de 1882, Líricas e Bucólicas, de 1884, e À Janela do Ocidente, de 1885.
O Cancioneiro Chinês, representante da sua vertente orientalista, foi publicado pela primeira vez em 1890, constituindo um trabalho de tradução e adaptação (ou mesmo reescrita) de poesia chinesa. Agrupando os poemas pelas quatro estações do ano, esta antologia inclui a obra de Li-Tai-Pé, de quem pode ler-se, logo em abertura, o poema «Pórtico», de Tchan-Tiu-Lin e de Su-Tong-Pó, entre outros.
Desta segunda edição, que manteve o prefácio em francês da autoria do general Techen-Ki-Tong e foi dedicada ao Conde de Arnoso, foram tirados 12 exemplares numerados e rubricados pelos editores, para oferta do autor à Assistência Nacional dos Tuberculosos.
O exemplar da Biblioteca da Imprensa Nacional apresenta uma curiosa encadernação em papel de seda e uma dedicatória, com assinatura não identificada, «Ao melhor dos meus melhores amigos».
Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.