Catálogo de Tipos, Imprensa Nacional, 1971.
O impacto das principais transformações tecnológicas das artes gráficas e da produção do livro, nomeadamente a introdução dos sistemas de fotocomposição, de pré-impressão e dos sistemas digitais, fez-se sentir na Imprensa Nacional, de forma mais evidente, a partir da segunda metade da década de 1970. A composição manual e mecânica foi então convivendo com a instalação progressiva de novas tecnologias como a fotocomposição, até perder definitivamente a relevância económica dos séculos anteriores. Com ela, também a fundição de tipos acabou por cessar a produção, já nos anos 80. Mas até essa altura, a Imprensa Nacional continuaria a fabricar tipos para consumo interno e para venda a outras tipografias, mantendo também a edição dos seus mostruários.
Esta edição de 1971, pouco depois da transformação da Imprensa Nacional em empresa pública, foi a primeira a apresentar a Classificação Morfológica Decimal, pela qual passariam a reger-se as indicações e pedidos aos fabricantes de tipos móveis e matrizes para os diversos sistemas de reprodução. Na nota prévia a este catálogo, sob o título «Demos a cada coisa um nome próprio!», esclarece-se a simplificação: «Os estilos de cada série têm uma classificação numérica, seguida da palavra que os qualifica (por exemplo: Cl.1.0 – Egípcio), e, à margem, é indicada a medida do corpo em pontos.»
Cada página passou a conter «uma referência ao estilo tipológico com a determinação morfológica». Neste novo modelo passou a incluir-se também a codificação tipológica relativa à tonalidade e à configuração da série de letras do catálogo, permitindo identificar a série.
Os tipos apresentados neste mostruário eram previamente sujeitos a análise laboratorial, «rigorosamente calibrada dentro do sistema tipográfico Didot». Os tipos comuns seriam vendidos, até ao corpo 20, em caixas e meias-caixas com um peso aproximado de 20 e 10 quilos.
Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.