Primeira edição portuguesa do Atlas Celeste, de Jean Baptiste Fortin, 1804.
As publicações científicas com vocação pedagógica fizeram parte da produção editorial da Impressão Régia que, no início do século XIX, deu continuidade aos trabalhos iniciados pela Casa Literária do Arco do Cego, entretanto extinta.
Esta primeira versão portuguesa do Atlas Celeste, de Jean Baptiste Fortin, publicada em 1804 e baseada na edição francesa de 1795, foi revista pelo matemático e astrónomo Francisco António Ciera e pelo engenheiro militar Custódio Gomes Vilas Boas. A edição foi dedicada ao Príncipe Regente pelo naturalista e antigo diretor da Casa Literária, Frei José Mariano da Conceição Veloso, que possivelmente a traduziu, notando que tinha sido «trasladada» para português «com toda a pureza devida, para instrução da mocidade».
Entre as estampas dos 30 mapas contidos nesta obra, na sua maioria identificadas pela Casa Literária do Arco do Cego, incluem-se gravuras de Manuel Rodrigues Viana, Romão Eloy de Almeida, Paulo dos Santos Ferreira Souto, Diogo José Rebelo, José Joaquim Marques, Inácio José Maria de Figueiredo, Teodoro António de Lima e Ventura da Silva Neves. A folha de rosto contém uma ilustração gravada, com a inscrição: Primus circum dedisti me («o primeiro a circundar-me»).
A Biblioteca da Imprensa Nacional conserva este exemplar da obra, considerada rara.
Fotografia de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.