Cartaz «Povo MFA: a revolução em marcha» da autoria de Artur Rosa [1975]. Impressão na Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
A história da revolução de 1974 deixou fortes marcas visuais. Das palavras de ordem aos murais, dos cartazes aos folhetos, a comunicação gráfica atravessou todo o período revolucionário e constitui hoje uma extraordinária fonte documental e artística para o estudo deste período de transição para a democracia.
O envolvimento de vários artistas plásticos na produção de cartazes, entre os quais se encontram nomes como Helena Vieira da Silva, Marcelino Vespeira, João Abel Manta, Artur Bual ou Augusto Cid, reflete a sua participação ativa no processo revolucionário e o seu apoio ao Movimento das Forças Armadas, com especial empenho nas campanhas de Dinamização Cultural e Ação Cívica.
Entre estes artistas plásticos incluiu-se também o arquiteto e escultor Artur Rosa (1926-2020) que, além destas áreas de intervenção artística, produziu vários trabalhos cenográficos e figurinos para o Ballet Gulbenkian, em cujo edifício pode também visitar-se um grupo escultórico da sua autoria. Ao longo de cinco décadas, Artur Rosa registou o trabalho da sua mulher, a artista de referência Helena Almeida.
Este cartaz, concebido numa linguagem simples em que as palavras «povo» e «MFA» formam a ideia de marcha (e os dois «o» parecem representar as rodas em movimento), destacou-se entre os elementos gráficos da campanha de dinamização. Este exemplar encontra-se preservado na Biblioteca da Imprensa Nacional.
Biblioteca da Imprensa Nacional: 6/2-69.
Fotografia de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.