“Ao Ministro da Fazenda
Ill.mo e Ex.mo Snr. = Em continuação do que tive a honra de dizer a V. Ex.ª no meu oficio de 5 do corrente, devo acrescentar que o papel que tinha comprado para a impressão dos conhecimentos da Decima se acha findo, e por isso a dita impressão vai parar, e igualmente em pouco tempo também me verei obrigado a fazer suspender a impressão do Diário das Cortes, porque como disse a V. Ex.ª no dito oficio apenas pude conseguir que o fornecedor de papel disse-lhe 200 resmas, quando lhe entreguei por conta do que lhe devo, a quatia de 600 réis que ultimamente recebi do Tesouro. Nestes termos rogo a V. Ex.ª, se digne expedir as suas ordens para o pagamento da quantia de 1.665.379 réis saldo da dívida do Tesouro até ao fim de Setembro ultimo no qual apenas entra a despesa de 94.000 réis folhas dos conhecimentos de Décima, quando já neste mês se imprimiram e remeteram ao Tesouro muitas mais, de qe ainda se não fez conta, o que terá lugar no fim do corrente mês, bem como a da despesa da Conta do Tesouro no ano económico de 1834 a 1835, e da impressão dos Bilhetes admissíveis nas Alfandegas. Não tenho dúvida em receber a quantia acima mencionada nos ditos Bilhetes admissiveis nas Alfandegas, por que descontando-se 4 pbto não fará grande transtorno a este Estabelecimento a perda que resultar do dito rebate. Rogo igualmente a V. Ex.ª me conceda a Autorização que pedi no citado ofício de 5 do corrente, por que a perda de 279.550 réis em 998.400 recebidos e Bilhetes admissiveis no Décima, não é possível que pese sobre esta Repartição sem lhe causar um gravissimo prejuízo. Espero que V. Ex.ª tomando em consideração quanto eponho se dignará dar prontas providências, sem as quais não posso ser responsável pela falta de Diário e da continuação dos conhecimentos de Dexima, e dos mais impressos ordenados pelo Governo. = Deus Guarde a V. Ex. ª. Lisboa e Administração Geral da Imprensa Nacional 17 de Outubro de 1837. Ill.mo e Ex.mo Snr. João de Oliveira Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda. José Liberato Freire de Carvalho. (pp. 16 v. – 17 v. )