“(…) Tenho a honra de remeter a V. E. as contas da despesa feita por esta Administração Geral com diferentes impressos para o Ministério do Reino desde Agosto ultimo até ao presente na importância de rs. 135.453.
Em aditameno ao meu oficio de 29 de Agosto do mês permita-me V. E. que eu observe que a divida do Ministério a esta Casa sobe consideravelmente e aumenta por consequência as dificuldades des Estabelecimento. Na mencionada epoca de 29 de Agosto era a dívida de rs. 14.220.787, hoje com as contas inclusas, e com a importancia da Legislação de 1850 que tendo mais cem folhas de que a 1849 não baixou de de rs. 2.000.00 aumenta a divida a rs. 16.000.000 dos quais ainda mesmo deduzindo a divida chamada antiga, anterior a 1849, de rs. 11.580.980[?] é o Ministério do Reino devedor à Imprensa Nacional de mais de quatrocentos e trezentos mil reis, não podendo desde já dizer-se a cifra exacta desta dívida porque ainda não está feita a conta da de Legislação de 1850. Ora V. E. teve a bondade de me dizer que mandava desde já dar rs. 3.000.0000 por conta; e esta quantia, independentemente da divida chamada antiga cabe na importancia da divida posterior a 1844, que é, como acima digo, de mais de quatrocentos e trezentos mil reis.
Encarecidamente pois rogo a V. E. que mande dar os prometidos 3.000.000 para pagar algumas férias a estes pobres operários, que são as unicas da sua classe a quem se devem jornais, sendo certo que os operários dos Arsenais, estão hoje pagos dos seus salários. Esta diferença de pagamento tem produzido desgosto nos artistas e trabalhadores deste Estabelecimento do Estado, e tira-me a força para bem administrar. Digne-se V. E. de me atender.
(…) em 11 de Dezembro de 1851
Ill.mo e E.mo Sr. R. da F. Magalhães
M. e Sec. De Estado dos Negócios do Reino
F.”
(nº 44/2ºsemestre)
Observações: São vários os registos contidos neste livro que fazem referência às dívidas do Ministério do Reino à Imprensa Nacional, por conta de impressos (por exemplo, contas do exercício e da gerência do Ministério do Reino), relevando-se a necessidade deste pagamento para se poder pagar as férias aos operários e para comprar papel. Nesse sentido, tornava-se impossível fazer face aos novos requisições de impressos deste Ministério, dado e estado de exaustão pecuniária em que se encontrava o estabelecimento. Exemplo disto é o facto de o Ministro do Reino ter prometido que se mandaria por conta da sua dívida de impressão a quantia de 552.870 rs para o pagamento dos objectos que tinham vindo de França para a Imprensa Nacional, compromisso que ainda não tinha sido cumprido em Fevereiro de 1851, e que levara o Administrador Geral, para evitar algum procedimento judicial conta a Imprensa Nacional, a aplicar para parte dessa divida «os meios com que contava para pagar uma das férias atrasadas» dos operários. Cf. Idem, nº 9, 1.02.1851. (*)
Cf. Idem, nº 22, 6 de Março de 1851; Idem, nº1/2ºsemestre, 2.07.1851