“(…) Em consequência da Portaria que me foi expedida pelo Ministério do Reino em 22 do mês passado, ordenando-me que em conformidade da minha representação de dois do dito mês propunha eu um indivíduo a quem se confie o cofre desta Casa, e suas respectivas atribuições, tenho a honra de expor a V. E. o seguinte. Quando teve lugar a remoção do Contador A. Z. Loforte, e que por esse facto foi graduado Contador o Escrituráro A. R. Vechiato para desempenhar o lugar que exercia o dito Contador Loforte, poderia eu encarregar empregado imediato da Contadoria do Cofre da Imprensa Nacional Pedro Pinto de Morais Sarmento; mas como este empregado é um parente meu, tive delicadeza em o nomear para tal comissão, e nem mesmo o encarreguei de uma das chaves do cofre, onde fiz recolher o dinheiro, que, em salto, entregou o dito Vechiato, como se vê do dito meu oficio de 2 de Agosto (…) Ora esta mesa razão tenho ainda para não o propôr para o lugar de Tesoureiro. A Contadoria da Imprensa Nacional tem actualmente quatro empregados, a saber – Angelo R. Vechiato, contador graduado – Pedro Pinto de Morais Sarmento, e Francisco Angelo de Almeida Pereira e Sousa, Amanuense, e Luis Morais de Matos e Lemos, empregado do Tesouro Público em Comissão para coadjuvar os trabalho de Contabilidade segundo o disposto na Portaria do Ministério do Reino de 20 de Julho próximo passado. Destes excepto o Contador poderá V. E. escolher um para desempenhar aquela comissão do Tesouro, uma vez preste fiança idónea.

Em presença do que deixo dito peço a V. E. que me digne de fazer a proposta de pessoa para Tesoureiro desta Casa, e [?] a V. Ex., avaliando as circunstâncias deste negócio, se digne de me relevar esta falta. (…) 14 de Setembro de 1849.

Ill.mo e Ex. Sr. Presidente do Conselho, M. e Secr. De Estado dos Negócios do Reino”

(documento 349 – Numeração atribuída aos documentos resultam de contagem nossa, uma vez que estes só estão numerados até ao 296)

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Observações: A 4 de Fevereiro de 1850, o administrador geral enviava novo ofício relacionado com este assunto, que ainda não se encontrava resolvido, reiterando o exposto nos seus ofícios de 2 de agosto e de 14 de Setembro: “(…) para responsabilizar por meio de uma fiança idónea alguém que sirva de Tesoureiro da Imprensa Nacional. O estado provisório deste negócio não deve continuar porque nenhum dos clavinculários do cofre tem fiança, e só esta, a meu ver, constitui perfeita garantia dos dinheiros recebidos. Digne-se V.E. de providenciar acerca deste importante objecto (…) para prevenir algum funesto acontecimento que possa ter lugar.”. Cf. Correspondência Expedida – Ministérios. 1846-1853 – cx. 1, Livro com registos de correspondência expedida para Ministérios (1850), documento 13 [numeração por nós atribuída].