“(…) Satisfazendo ao ofício de V. E. em data de 8 do corrente, para eu informar sobre o requerimento que devolvo do Dr. António José de Lima Leitão, Lente da Escola Médico Cirurgica de Lisboa, que pede que o Dicionário de Ciências Médicas, que está compondo, seja impresso na Imprensa Nacional, pagando-se à Imprensa da mão de obra desta edição com a porção necessária de exemplares para cobrir essa despesa: cumpre-me dizer a V. E., que a Doutor Lima Leitão procurou-me para que eu ordenasse a impressão da sua obra nesta Casa, com a condição de a pagar de quatro em quatro folhas de dezasseis páginas cada uma, cuja importância é de rs. 41.600 , porque lhe disse muitas vezes que a escassez de meios do cofre da Imprensa Nacional não permitia o adiantamento de maior quantia para pagar a operários. Com este ajuste começou-se efectivamente a impressão da obra; mandaram-se ao autor quinhentos exemplares das primeiras quatro folhas, como igualmente se havia ajustado por em troca de eles vir o respectivo pagamento. Há mais de um mês que aquela remessa teve lugar, e o pagamento ainda se não realizou, pelo que parou o trabalho tipográfco do Dicionário.
Nestas circunstâncias não é possível que a Imprensa Nacional faça um adiantamento dos três volumes do dito Dicionário que segundo o calculo que oferece o autor não baixará de 1:560.000 rs.
Demais, quando mesmo o cofre desta Casa estivesse habilitado por [?] despesa, não deveria o pagamento ser feito com exemplares da obra, por que este meio encontra muitos inconvenientes, todos lesivos para a Imprensa.
(…) em 13 de Outubro de 1849.
Ill.mo e Ex.mo Sr. Conselheiro Oficial maior da Secretaria de Estado dos Negócios do Reino.”
(documento 357 – Numeração atribuída aos documentos resultam de contagem nossa, uma vez que estes só estão numerados até ao 296)