“(…) O extracto das Sessões da Câmara dos Senhores Deputados continua a ser de nove e dez colunas diariamente, e quase sempre vém para a Imprensa perto de meia noite. Deste modo alteram os Taquígrafos o contrato que fizeram com a Junta Administrativa nas suas partes mais essenciais, por que se obrigaram a que o extracto não excedesse nunca a cinco colunas, e que estaria sempre na Imprensa até às dez horas da noite. Desta alteração segue-se grande prejuízo à Empresa do Diário do Governo, não só porque me verei obrigado a mandar compor e imprimir mais meia folha que a Empresa tem de pagar, mas porque vindo o extracto a uma hora tão adiantada não pode o Diário deixar de sair duas horas mais tarde do que é costume, o que desgosta os assinantes, e influi consideravelmente em venda avulsa. Ora eu sei que os Taquigrafos não têm tada a culpa destes inconvenientes, por que me consta que eles receberam ordens de Mesa da Câmara dos Senhores Deputados para fazerem os extractos mais extensos e circunstanciados. Sei também que a mesma Camara não querendo gravar a Empresa do Diário do Governo habilitou a Mesa com os fundos necessários para pagar a despesa que os extractos assim careciam; ignoro porém o motivo porque se não leva a efeito aquela determinação da Camara. Cumpre-me entretanto levar estas circuntâncias ao conhecimento da Ex.mo Junta Administrativa, por intervenção de V. E., como seu Presidente, para que se digne de dar as providências que julgar necessárias.
(…) 19 de Maio de 1849.
Ill.mo e Ex.mo Sr. Conselheiro Oficial Maior da Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra, Presidente da Junta Administrativa do Cofre dos Emulamentos das Secretarias de Estado.
(documento 307 – Numeração atribuída aos documentos resultam de contagem nossa, uma vez que estes só estão numerados até ao 296)