Detalhes de documento

  • Arquivo
    INCM/Arquivo Histórico da Imprensa Nacional
  • Cota
    402
  • Tipo de documento
    Ofício
  • De:
    Administrador Geral
  • Para:
    Ministro da Fazenda
Transcrição

“(…) Sem a eficaz protecção que V. Ex.ª tem dado a este Estabelecimento pelos auxilios extraordinários, que se tem dignado prestar-lhe, adiantando-lhe somas com que tem podido fazer face aos novos encargos que contraíra, para levar a efeito os consideráveis melhoramentos, que já possue em grande parte, seriam tão graves de embaraços desta Administração, talvez por longo tempo ficariam paralisados os efeitos do grande esforço que o Governo fez para habilita-la a empreende-las.
Porém, Ex.mo Snr, toda essa protecção que me tem devido ao esclarecido patriotismo de V. Ex.ª, por inesperados motivos não é ainda bastante para conseguir o fim que V. Ex.ª de certo tem tido em vista nas importantes concessões já feitas, e eu ouso esperar no amor e interesse que animam a V. Ex.ª pelo progresso da nossa industria, não duvidará ampliá-las até onde for possível. Devidamente autorizada, contraíu esta Administração um empenho considerável, contando amortizá-lo sucessivamente, e em pouco tempo, pelos seus lucros. Esta esperança tinha todos os fundamentos de probabilidade, porque eram muitos os trabalhos em que ela tinha de ocupar-se; mas desgraçadamente a revolta que se manifestou em 5 de Fevereiro estendeu até aqui as suas fatais consequencias; os trabalhos particulares escassearam, e a longa ausencia do Parlamento, resultado desse deplorável facto, suspendeu talvez os mais importantes, os do serviço de ambas as Câmaras. Reduzidas assim os meios de receita, e captiva uma parte desta para amortização do adiantamento que V. Ex.ª se serviu mandar fazer pelo Tesouro, vejo-me frequentemente em apuros que deverão aumentar invencivelmente dentro em poucos dias, quando chegar a dispendiosa encomenda dos Conhecimentos para a cobrança dos impostos. Sem falar na mão-de-obra, só o papel para ela não deverá custar menos de 3:000.000 réis. Os fabricantes deste genero recusaram-se a vendê-lo a longos prazos, e sem todas as seguranças. Nestas circunstâncias, se V. Ex.ª se não digna auxiliar para esse fim com o adiantamento de 2:500.000 réis – com as mesmas condições a que teve a bondade de anuir na minha proposta em oficio de 2 de Março proximo passado – não sei o que hei-de fazer para satisfazer a essa tão importante quanto urgente requisição. Rogo pois a V. Ex.ª, que pesando este objecto na sua alta consideração, se sirva ordenar a que houver por bem a este respeito, e fazer que se me comunique para meu governo, e no interesse do serviço público, com a maior brevidade possível. (…) Lisboa e etc. 7 de Abril de 1844 .= Ill.mo e Ex.mo Snr. Barão do Tojal = O Administrador Geral – J.F. Pereira Marecos” (pp. 48-50)