Detalhes de documento

  • Arquivo
    INCM/Arquivo Histórico da Imprensa Nacional
  • Cota
    057
  • Tipo de documento
    Exposição/Requerimento
  • De:
    Administrador Geral
  • Para:
    Ministro do Reino
Transcrição

“Para o Ministro do Reino

(…) A multiplicação e extensão dos trabalhos de que o Governo encarrega esta Repartição, têm-me obrigado a dar maior extensão possivel aos meios de satisfazê-los. Sem o aumento sucessivo a que se tem elevado a oficina tipográfica, a Imprensa Nacional não poderia satisfazer talvez a metade das requisições, que lhe tem sido feitas. Pode actualmente desempenhá-las, mas com alguma dificuldade, e com quase absoluta exclusão de obras de particulares, que lhe deveriam consideráveis interesses. No estado em que se acha o Edifício desta casa, torna impossível qualquer outro aumento, por falta de capacidade material, e entretanto esse aumento é necessario e possível. Sobre este objecto tenho por vezes chamado a atenção de V. Ex.ª, a quem comuniquei a ideia que me ocorria de levantar sobre a casa do Contador, uma casa que servisse de continuação à oficina. Ninguém melhor do que V. Ex.ª conhece o local e a utilidade, que deverá compensar a despesa da obra, e há poucos dias ainda que a própria inspecção ocular de V. Ex.ª o determinou a manifestar a sua aprovação a este Projecto e a insinuar-me que dispusesse os meios para o levar a efeito. Tenho consultado alguns mestres de obras, e em resultado de conferencias que tenho tido com eles obtive a certeza de que a obra feita com toda a soludez, comodidade e segurança, não custará mais de 1:400.000 réis, que se concluirá em menos de tres meses. Sobre a forma do pagamento convieram todos os mestres em recebê-lo em prestações mensais, sendo a maior dada depois de ultimada a obra. No Estado em que se acha a Imprensa Nacional, com um crédito muito superior à sua dívida (deste ano), ao fornecedor do papel não preciso eu de auxilio nenhum extraordinário para empreeder a mesma obra, basta que o Tesouro satisfaça com a regularidade com que o tem feito até ao princípio deste ano, os pagamentos à Imprensa. Nestas circunstâncias solicito a aprovação de V. Ex.ª para entrar em ajuste definitivo com o Empresário, que oferecer condições mais vantajosas; assegurando eu a V. Ex.ª, que elas serão estipuladas com todos os requisitos indispensáveis em tais contratos com a Fazenda Pública, em que a primeira necessidade é tornar evidente a boa fé e zelo de autoridade, responsável que interveio neles. (…) Lisboa e etc.ª 28 de Abril de 1841. Ill.mo e Ex.mo Snr. Rodrigo da Fonseca Magalhães. O Administrador Geral = José Frederico Pereira Marecos.” (pp. 47-47 v.)