“(…) A Imprensa Nacional mantém-se unicamente do produto do seu trabalho; e como em consequência das lamentáveis circunstâncias do nosso país muito poucos impressos se tem feito para as repartições públicas, e ainda menos para particulares, tenho-me visto nas maiores dificuldades de sustentar esta Casa. Deve-se muito aos fornecedores, e aos desgraçados operários estão em dívida três férias, quando, em grande parte eles se acham com as armas na mão prestando um penosissimo serviço.
V. E. tem-se sempre mostrado zeloso protector deste Estabelecimento, e por isso eu venho implorar a sai protecção, a fim de que se digne de ordenar que enquanto não afluirem trabalhos a esta Casa, que a possa habilitar a ocorrer ao seu custeamento, sejam pagos por inteiro as contas dos impressos que se fizerem para o Ministério da Fazenda, cuja importância é, e continuar+a a ser, até à reunião das Cortes, de mui pequena quantia; porque desde Agosto do ano passado até hoje não chega 3:200.000 a importância dos impressos feitos na Imprensa Nacional para o Ministério da Fazenda, quando em tempos ordinários andaria por novecentos de reis, como regulamente aconteceu nos anos anteriores, desde 1834. Contando que V. E., pela benigna protecção que tem dado a este Estabelecimento, anuirá a esta [?] representação , ouso pedir que mande adiantar-me duzentos mil reis por conta dos impressos para o Ministério da Fazenda nos meses de que vou mandar as respectivas contas, a fim de poder pagar [??] férias aos desgraçados operários, a quem se devem tres, achando-se, como disse, prestando um penosissimo serviço militar.
(…) 16 de Abril de 1847.
Ill.mo e Ex.mo Sr. Conde do Tojal
Ministro e Secretario de Estado dos Negócios da Fazenda
O Administrador Geral.”
(documento 171)