«Para os devidos efeitos comunico a V.Ex.ª que o chefe da oficina de impressão me entregou a comunicação que junto remeto. Devo declarar a V. Ex.ª que, logo que recebi esta comunicação, tomei as providências necessárias prevenindo do sucedido outros chefes a fim de, sob o maior sigilo, ver se conseguia apurar responsabilidades no caso de se provar que o ato tinha sido propositadamente praticado.
Pelos resultados a que cheguei estou convencido de que foi casual a inutilização do ‘placard’ a que a comunicação se refere, pois não só este como outros foram afixados em lugares de passagem por onde constantemente transitam diversos materiais, peças de máquina, etc., para as várias oficinas.
Reforça esta conclusão a que cheguei o facto de mais dois «placards» se encontrarem um pouco enxovalhados, tendo até um deles uma mancha de óleo, motivo por que dei ordem para que fossem retirados do lugar onde se encontravam, pela impossibilidade de se manterem limpos.
Como V.Ex.ª sabe na Imprensa Nacional estão afixados há muitos anos os ‘Decálogos do Estado Novo’ sem que qualquer destes impressos tenha sido inutilizado.
Creia V. Ex.ª Sr. Administrador que eu, como nacionalista que me prezo ser, não deixaria de empregar todos os esforços para o apuramento deste caso e de propor o devido castigo, fosse a quem fosse que eu soubesse ter praticado tal ato.
Como acima digo, estou convencido de que só a casualidade originou a inutilização do ‘placard’.
E já agora permita V.Ex.ª que suscite a ideia de ser aqui impressa mais uma porção de ‘placards’ a fim de poderem ser afixados neste estabelecimento em mais lugares nas oficinas, caso a “União Nacional” não nos possa fornecer maior quantidade do que aquele que nos fez o obséquio de enviar.»