
Se olhares para mim, pareço um gato grande e selvagem. Sou muito admirado pela minha beleza. Há quem diga que sou o felino mais bonito do mundo. Não me vou pronunciar sobre isso. Mas posso garantir-te que sou o felino mais ameaçado do planeta e um dos carnívoros mais ameaçados da Europa.
A frase é extraída do livro Sou o Lince-Ibérico, o Felino Mais Ameaçado do Mundo de Maria João Freitas e Tiago Albuquerque, numa edição do Museu Casa da Moeda. E não podia ser mais verdadeira.

Estima-se que no conjunto da Península Ibérica existam na natureza cerca de 550 linces-ibéricos. Apesar dos esforços do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas — a criação do lince em cativeiro e posterior reintrodução no meio natural — este felino continua a ser uma espécie em perigo crítico de desaparecer.
E são vários os motivos que contribuem para esta ameaça: a escassez de alimentos (escasseiam os coelhos-bravos, a base da sua alimentação), a intervenção humana nos seus habitats naturais, os envenenamentos, atropelamentos e as perseguições, assim como a própria diversidade genética do lince-ibérico, que é demasiada baixa.
Em Portugal, é no Parque Natural do Vale do Guadiana, que a reintrodução do lince-ibérico (em latim Lynx pardinus) está a ser feita.
E é já na próxima quinta-feira, dia 21 de fevereiro, no Centro Polivalente de Divulgação da Casa do Lanternim, em Mértola, que vai ser inaugurada a exposição «Partilhando Territórios: O Regresso do Lince».
A Imprensa Nacional-Casa da Moeda e o Museu Casa da Moeda associam-se a este evento com a exibição da edição infantojuvenil Sou o Lince‑Ibérico, o Felino Mais Ameaçado do Mundo, com conteúdos de elevado rigor científico, e da moeda comemorativa «Lince Ibérico» — a primeira da série «Espécies Ameaçadas», cujas vendas contribuem diretamente para a preservação do lince-ibérico em estado selvagem.
Esta exposição é uma incentiva do Conselho Diretivo do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas que contará ainda com a libertação de um lince, integrada na reintrodução da espécie no Vale do Guadiana.