Skip to content
logo dark-logo logo dark-logo
  • Editora
  • Edições
  • Cultura
    • Notícias
    • Autores
    • Entrevistas
    • Opinião
    • Exposições
  • Digital
    • Livros em PDF
    • Audiolivros
    • Podcasts
    • Vídeos
    • Citações
    • Passatempos
  • Prémios
    • Prémios Literários
    • Prémio Jornalismo
    • Prémio de Arte
  • Infantojuvenil
  • História
  • Biblioteca
Search Icon Search Icon
Agenda Date Icon Date Icon Date Icon
Agenda Close
Calendário
Ver todos os eventos
Eventos
Agenda Image
01 Ter
«D — Coleção em Exposição» até 6 de março na Casa do Design, em Matosinhos
Ter, Out 14 -
Agenda Image
01 Ter
Apresentação do livro “O Essencial sobre José Saramago”
Ter, Out 14 -
Agenda Image
13 Sex
«A GLOBALIZAÇÃO DE ROSTO HUMANO» — Ciclo de Conferências
Sex, Mai 13 -
Agenda Image
18 Sáb
Workshop de Escrita Criativa «Meninos sonhadores inspirados por AZEREDO PERDIGÃO» (Loja INCM Porto)
Sáb, Jun 18 -
Agenda
Agenda Image
01 Thu
«D — Coleção em Exposição» até 6 de março na Casa do Design, em Matosinhos
Thu, Jan 01 -
Agenda Image
01 Thu
Apresentação do livro “O Essencial sobre José Saramago”
Thu, Jan 01 -
Agenda Image
13 Fri
«A GLOBALIZAÇÃO DE ROSTO HUMANO» — Ciclo de Conferências
Fri, May 13 -
Agenda Image
18 Sat
Workshop de Escrita Criativa «Meninos sonhadores inspirados por AZEREDO PERDIGÃO» (Loja INCM Porto)
Sat, Jun 18 -
Search Close Icon
left arrowVoltar atrás
  • Cultura
  • Notícias

Dia do Pai com Vitorino Nemésio

Publicado a 19 Mar, 2018 - 11:37
Nemésio Poesia

VERSOS QU’O PAI QUE FOI P’Ó TRABALHO FEZ À SUA FILHA

Tanta frieza, inha mãe!
Incarrilha-s’ êste inverno:
Ei! Tantas lamas que teem
As istǐradas do rovêrno!

Greta-s’os pézes. E a lũa
É nova: têmos-ĕa feita!
Dês a medre e a faça nũa
Talhada só, forte e bũa,
Nacendo sã-iscorreita.

Parece o paúl da Praia
O sarrado da luzerna.
Não há nem pisca na baia,
Mins ê nã sei se lá vaia,
Qu’ia cobrando ũa perna.

A gente só tem bandalhos
Que nem bandeiras do bodo.
Ist’é que são uns trabalhos!
P’í a-fora, nos atalhos,
A gente alaga-se todo.

Inda mal loze o biraco,
E toca a mundar a ǐeito,
C’o pão de milho no saco.
Isto faz dar o cavaco,
Mins é mundar, e cum geito.

Cando não, mê pai dá fé
De qu’a gente é calaceiro:
— Anda, Pedro, pũi-t’a pé,
Qu’o carneiro mocho inté
Já s’aluvanta prumeiro.

Maria, eh moça, que fazes?
Nã desapegas do qŭente.
Vê lá que pão é que trazes;
Toma tino, qu’os rapazes
São todos três de bum dente.

E agora, bota sintido,
Nã fiques comã ismalmada,
Que já te tens divertido:
Qué-s’êsse milho iscolhido
E essa bezerra tratada.

A gente torna de brebe
E qué ver já tuǐdo pronto.
O cordeiro alvo da neve,
Não há ninguêm que lo leve,
Anda por í comã tonto.

E ó mei-dia, eh ř’paria,
Anda cá, nã sei se m’oives:
Qué-s’ũa bũa papia
De farinha alva e macia
Pǎ vê se s’ingana as coives.

Tês irmãos hoj’ veem mais cedo,
Qu’é pǒ via da toirada.
Deixá-los ir ó fòlguedo!
Vai se qués, nã teinas medo,
Que ficas bem arrumada.

Mins toma tento na bola,
Nã vaias fazê toliça;
Qu’ê já sei qu’o meste-iscola,
Qu’é filho do bate-sola,
Há ǐanos que te derriça.

Mins se topars algum moço
Da tua abetuaduira,
Nã le vires o piscoço:
Ruim cão que vê um osso
E nã lo passa à fressuira.

Qu’ó dispois, cando êle vinher
Tê comio pá licença,
Tê pai, c’o bem que te quer,
Vai dezer que sim, mulher,
Pâ cunsolar a criença.

Cásim vocês! Tamêm eu
Que’stou aqui me casei.
E o pão alvo que Dês deu,
Apresantado no céu
Seja sempre, à bũa lei!

E adês! A Virze te impare
E te dê sorte, Maria.
E sejas o sol e o ar
Do moço que te luvar
Para a sua cumpanhia.

Arco da Traição de Coimbra, 10-VII-22

Poema incluído no volume I — Poesia 1916-1940 — da coleção Obra Completa de Vitorino Nemésio, dirigida por Luiz Fagundes Duarte. Em publicação

NOTA de L.F.D. à edição de 2006: «Neste poema, o Autor procurou reproduzir, por meio do alfabeto convencional, as caraterísticas fonéticas do falar do povo da Ilha Terceira, recorrendo no entanto, quando as limitações do alfabeto não permitiam os efeitos desejados, a alguns sinais diacríticos do alfabeto fonético internacional.»

Publicações Relacionadas
  • Dia Mundial da Poesia — «O MAIOR POEMA» — Mário Dionísio
    Dia Mundial da Poesia — «O MAIOR POEMA» — Mário Dionísio

    21 Março 2016

  • «Um fio na dispersão» — Mário Dionísio
    «Um fio na dispersão» — Mário Dionísio

    01 Setembro 2016

  • Se me comovesse o amor, um poema de Francisco José Viegas
    Se me comovesse o amor, um poema de Francisco José Viegas

    19 Janeiro 2022

  • Dia da Poesia e Dia da Floresta num soneto de Camões
    Dia da Poesia e Dia da Floresta num soneto de Camões

    21 Março 2018

  • Vitorino Nemésio faria hoje 117 anos
    Vitorino Nemésio faria hoje 117 anos

    19 Dezembro 2018

Nemésio Poesia Black tag icon
Publicações Relacionadas
  • Dia Mundial da Poesia — «O MAIOR POEMA» — Mário Dionísio

    Há 2 dias

  • «Um fio na dispersão» — Mário Dionísio

    Há 2 dias

  • Se me comovesse o amor, um poema de Francisco José Viegas

    Há 2 dias

  • Dia da Poesia e Dia da Floresta num soneto de Camões

    Há 2 dias

  • Vitorino Nemésio faria hoje 117 anos

    Há 2 dias

Go Top Icon
Footer Logo Footer Logo
  • Facebook Logo
  • Instagram Logo
Loja Online INCM
Editora
Edições
Cultura
  • Notícias
  • Autores
  • Entrevistas
  • Opinião
  • Exposições
Digital
  • Livros em PDF
  • Audiolivros
  • Podcasts
  • Vídeos
  • Citações
  • Passatempos
Prémios
  • Prémios Literários
  • Prémio Jornalismo
  • Prémio de Arte
Infantojuvenil
História
Biblioteca
Livrarias
Transportes

Autocarros: 58

Metro: Rato

Coordenadas GPS

N 38º 43' 4.45" W 9º 9' 6.62"

Contacto

Imprensa Nacional, Rua da Escola Politécnica, Nº135, 1250-100 Lisboa

213945772editorial.apoiocliente@incm.pt
© 2025 Imprensa Nacional
Imprensa Nacional é a marca editorial da
Privacidade Termos e Condições Declaração de acessibilidade