Quartetos Românticos: Brahms, Vianna da Motta
Solistas da Metropolitana
Temporada 2017/2018
Data: quinta-feira, 24 maio 2018
Horário: 18h30
Local: Biblioteca da Imprensa Nacional
Entrada livre, condicionada à capacidade da sala.
PROGRAMA:
J. Vianna da Motta* Quarteto de Cordas N.º 2
J. Brahms Quarteto de Cordas N.º 3, Op. 67
* Efeméride do 150.º aniversário do nascimento de Vianna da Motta (1868-1948)
SOLISTAS:
Alexei Tolpygo, Ágnes Sárosi violinos
Irma Skenderi viola
Nuno Abreu violoncelo
Johannes Brahms compôs três quartetos de cordas, o último dos quais esboçado em 1875, durante um período de férias passado numa pequena vila situada a 100 quilómetros de Frankfurt. Sabe-se que foi uma estadia relaxante, apesar de dedicada ao trabalho. Essa descontração reflete-se na fluência criativa da obra, em contraste com o processo penoso que se estendeu durante mais de vinte anos e conduziu à estreia da sua primeira Sinfonia, no ano seguinte. Apesar da sobriedade e solidez da partitura, o quarteto apresenta um estado de ânimo espirituoso e jovial, o que se deve, em parte, aos dois temas do 1.º andamento, que resultam da apropriação de melodias tradicionais. O mesmo acontece no Finale, com sucessivas variações sobre uma melodia popular. Por sinal, este é um dos aspetos que coincide no Quarteto de Cordas N.º 2 de José Vianna da Motta, onde o segundo e terceiro andamentos fazem uso ostensivo de melodias recolhidas no folclore do nosso país. O músico português havia-se instalado em Berlim em 1882, então com 14 anos de idade. Apesar de ter sido, acima de tudo, um pianista de prestígio internacional, compôs um importante número de obras onde buscou uma identidade musical portuguesa – o exemplo mais emblemático é a Sinfonia À Pátria, composta um ano antes, em 1894. Ainda assim, a afinidade com o estilo clássico de Brahms reconhece‑se, sobretudo, no primeiro andamento, cujas páginas se julgaram perdidas. Foram descobertas em 1998 no espólio de Bernardo Moreira de Sá, o violinista portuense cujo Quarteto estreou a obra em novembro de 1895.