Edição de 1769 da Dissertação critica, historica, e liturgica sobre a nota do prelado Nicoláo Antonelli ao antigo missal romano monastico lateranense em o dia 22 de Fevereiro, em que a Universal Igreja celebra a cadeira de S. Pedro em Antiochia, por Joaquim de Santa Ana.
Em março de 1769, poucos meses depois da sua fundação, a tipografia da Impressão Régia (atual Imprensa Nacional) começou a funcionar, recebendo encomendas régias e particulares. A sua criação ficou intimamente associada às reformas pombalinas, durante o reinado de D. José I, que pretenderam substituir a influência jesuíta no domínio educativo, cultural e científico, dentro de um projeto de política cultural já claramente integrado nas tendências do Iluminismo europeu.
Entre as primeiras edições próprias, que datam desse ano, contaram-se o Elogio historico de Benedicto XIV pelo Marquez Caraccioli, a Falla que no dia 5 de Janeiro de 1766 em que se celebraram os felicissimos anos do Il.mo e Exc.mo Senhor D. António Alvares de Cunha, de Manuel Francisco Magro de Moura, o Plano dos estudos para a congregação dos religiosos da ordem Terceira de São Francisco, bem como o lançamento dos 12 tomos da Colecção dos melhores sermões escolhidos dos mais célebres, traduzidos por Francisco de Santa Bárbara. No mesmo conjunto, destaca-se ainda esta Dissertação critica, historica, e liturgica… de Joaquim de Santa Ana.
Segundo Inocêncio F. da Silva (Diccionário bibliographico portuguez… vol. 4, p. 60), esta edição, que há muito vinha passando despercebida, «teve por fim confirmar e corroborar a doutrina da Deducção Chronologica e Analytica, na parte II, demonstr. 4.ª §§ 14 e 17, que acusa os curiais romanos de uma grosseira falsificação, quando fizeram apagar na oração ou coleta de S. Pedro, composta pelo papa Leão IV, a palavra animais, supressão calculada expressamente em favor das ideias de dominação universal, atribuídas à Sé Apostólica, ou melhor, a Cúria Romana.».
Fr. Joaquim de Santa Ana (1720-?) era Doutor em Teologia pela Universidade de Coimbra e pela Universidade de Évora, tendo professado como Eremita da Congregação de S. Paulo da Serra de Ossa em 15 de outubro de 1736. Foi também qualificador do Santo Ofício, consultor da Bula da Cruzada e deputado da Real Mesa Censória, entre outras funções.
Biblioteca da Imprensa Nacional: 04-1-B-1-1/001
Fotografia de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.