Prova de impressão do programa de um «concerto extraordinário» promovido pela Assembleia Portuguesa, na «noite de 12 de abril de 1856». Imprensa Nacional.
O associativismo musical português nasceu com a afirmação do liberalismo no nosso país, começando pela Sociedade Filarmónica, criada em 1822 como primeira associação de concertos de Lisboa. Esta atividade associativa ocupou especial centralidade na vida musical lisboeta durante o reinado de D. Maria II.
Os novos espaços de sociabilidade também contemplaram as assembleias, criadas como associações de recreio e instrução, entre as quais se incluiu a Assembleia Portuguesa, existente na segunda metade do século xıx e sediada na Rua Nova do Almada, sendo homónima de uma primeira instituição extinta na década de 1830.
A Imprensa Nacional compôs e imprimiu, ao longo de oitocentos, documentos, discursos e programas, entre outros materiais gráficos produzidos por estas associações. Desse conjunto de materiais, foi preservada uma prova deste programa de «concerto extraordinário» promovido pela Assembleia Portuguesa em 12 de abril de 1856, cuja orquestra foi dirigida e ensaiada pelo maestro Fabio Massimo Carrara, professor e compositor de origem italiana radicado em Lisboa. Entre outras peças, incluiu-se um dueto da ópera Maria Padilla, de Gaetano Donizetti, interpretado por Maria Amália de Almeida e Augusto César de Almeida.
Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.