Arpad Szenes nasce em Budapeste, na Hungria, em 6 de maio de 1897.
Maria Helena Vieira da Silva nasce em Lisboa, em 13 de junho de 1908.
Ambos filhos únicos de famílias da alta burguesia, cedo contactam com o meio cosmopolita, intelectual e artístico.
Arpad revela desde criança aptidão para o desenho e em 1918 frequenta a Academia Livre de Budapeste, orientado por Rippl Ronaï. Depois de percorrer as capitais artísticas da Europa, fixa-se em Paris em 1925.
Vieira da Silva estuda desenho, pintura e escultura em Lisboa e em 1928 parte para Paris. Aí frequenta as aulas de escultura na Académie de la Grande Chaumière, onde, em 1929, conhece Arpad Szenes, com quem se casa, em 1930. Vieira da Silva perde a nacionalidade portuguesa, e, não tendo regressado nesse ano à Hungria, o casal torna-se apátrida.
Em 1931, os dois artistas iniciam-se na técnica da gravura no Atelier 17 de Hayter, onde convivem com os surrealistas. Vieira da Silva dedica desde cedo especial atenção ao espaço e à profundidade e em 1932 conhece a galerista Jeanne Bucher, que organiza a sua primeira exposição individual.
Em Portugal, expõe pela primeira vez na Galeria UP, em 1935, pela mão do surrealista António Pedro e no ano seguinte expõe com Arpad Szenes no seu ateliê das Amoreiras.
Em 1939, a II Grande Guerra traz o casal a Lisboa, em busca da nacionalidade portuguesa, que lhes é recusada. Partem então para o Brasil em 1940. No Brasil, Szenes organiza um ateliê de pintura para jovens artistas e colabora em várias publicações periódicas.
Vieira da Silva faz algumas exposições no Brasil, e, em 1946, Jeanne Bucher organiza a sua primeira exposição individual em Nova Iorque. No ano seguinte o casal regressa a Paris.
A década de 1950 traz a Vieira da Silva inúmeras exposições importantes, em França e no estrangeiro, e a sua pintura assume-se no primeiro plano.
Em 1956 Vieira da Silva e Szenes naturalizam-se franceses, e, durante a década de 60, o Estado francês adquire obras suas e atribui-lhes várias condecorações.
Vieira da Silva acumula vários prémios internacionais, e a partir de 1958 organizam-se retrospetivas da sua obra por toda a Europa.
Arpad Szenes, tendo cumprido ciclos sucessivos de evolução na sua pintura, centra-se nas sensações da luz e na exploração da atmosfera, caracterizando-se por formatos estreitos, que revelam uma delicadeza espacial sugerida pela arte japonesa.
A partir de 1970 são organizadas várias retrospetivas de ambos os artistas em França e em Portugal (Fundação Calouste Gulbenkian).
Em 1983 Vieira da Silva é convidada pelo Metropolitano de Lisboa a decorar a estação da Cidade Universitária.
Arpad morre em Paris em 1985.
Em 1990, em Lisboa, é criada a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, mas a artista viria a morrer dois anos mais tarde, sem assistir à inauguração do seu museu, em 1994.
in Escrita Íntima. Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes. Correspondência 1932-1961
Em Escrita Íntima. Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes. Correspondência 1932-1961, obra publicada pela Imprensa Nacional, em 2014, pode encontrar a correspondência entre o casal, produzida entre 1932 e 1961, uma troca epistolar que documenta os raros e curtos períodos em que o casal esteve geograficamente separado.
O critério de seleção das cartas obedeceu a três parâmetros: estarem completas ou quase completas; acrescentarem ou clarificarem informação relativa ao período histórico referido ou à vida dos artistas nesse mesmo período; e, finalmente, a qualidade literária e o interesse público dos conteúdos.
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