Assinala-se hoje, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. Uma oportunidade para assinalar e celebrar o progresso alcançado na igualdade de género mas também uma oportunidade para refletir de forma consciente e crítica sobre os progressos que faltam alcançar na dinâmica mundial em matéria de igualdade de género.
O dia 8 de março é também uma oportunidade para destacar realizações notáveis das mulheres ao longo dos anos. Hoje recordamos algumas obras, publicadas pela Imprensa Nacional, de e sobre mulheres.
Eis as nossas sugestões de leitura para este Dia da Mulher:
O Essencial sobre a Condição Feminina, de Maria Antónia Palla (1985)
«A expressão «condição feminina» é relativamente recente. Ela designa o modo de ser, estado ou situação da mulher num determinado momento ou a sua evolução através da História. Mas é algo mais.
É em relação ao homem e à situação que ele detém em cada sociedade, estrato social, meio, idade, profissão que pode falar de «condição feminina». Mais do que uma descrição é uma comparação: «é a soma das diferenças entre a situação dos homens e das mulheres que sugere a ideia de uma condição particular da mulher (…) São as sociedades que, pelos seus órgãos culturais, decidem do lugar concedido à mulher, da sua sacralização ou da sua servidão, da sua liberdade ou da sua opressão.»
O Essencial sobre Carolina Michaelis de Vasconcelos, de Maria Assunção Pinto Correia (1986)
«O estudioso da história da literatura e da cultura portuguesas depara muitíssimas vezes com o nome de Carolina Michaelis de Vasconcelos.
Uma vasta obra, pois abrange perto de duzentos títulos e recobre, para além dos domínios já mencionados, os mais particulares da Filologia, da Etnografia, da Pedagogia — revela-nos, na verdade, a personalidade da sua Autora, uma personalidade muito rica, aliada a uma preparação extraordinariamente sólida.»
Mulheres em Discurso, de Ana Vicente (1987)
«De que falam as mulheres apresentadas neste livro? Sobretudo do amor e da sua falta: amores diversos, faltas várias, conflitos muitos, dificuldades tantas. Das relações mãe-filha, do noivado, do casamento, da sexualidade e da violência. E também do desejo de ter filhos ou de os evitar e da desinformação em torno de tudo isto. Escritas em «mau» português — linguagem comovente, visceral, fascinante! — as suas cartas são um contributo para a história das pessoas comuns, do quotidiano das emoções e dos problemas calados. O país real que somos é também a verdade destas mulheres.»
O Tempo das Mulheres, de Isabel Alegro de Magalhães (1987)
«Será que o tempo das mulheres é diferente, ou flui de uma forma diferente, do tempo vivido pelos homens? E será que essa diferença se reflete na criação literária? Qual será a relação das mulheres com o desenrolar do tempo — passado, presente e futuro. Este livro analisa aspetos da ficção feminina. É uma reflexão sobre o tempo: o tempo de mulheres «ficcionadas», criadas por mulheres escritoras, num complexo sistemas de espelhos que atingem e incluem o próprio analista, neste caso mulher também (e não sabemos quão «brechtianamente» fora do palco).»