Alberto de Lacerda (1928-2007) nasceu em Moçambique. Depois de uma breve permanência em Portugal, partiu para o Brasil, viveu nos Estados Unidos e sobretudo em Inglaterra. Com David Mourão-Ferreira, António Manuel Couto Viana e Luiz de Macedo fundou a revista de poesia Távola Redonda. Os Cadernos de Poesia, dirigidos por Jorge de Sena, José-Augusto França, José Blanc de Portugal e Ruy Cinatti, dedicaram‑lhe um número em exclusivo. Publicou em Londres o seu primeiro livro, 77 Poems (1955) que mereceu o melhor acolhimento da crítica inglesa.
Divulgou a cultura portuguesa na BBC, onde trabalhava. Colaborou com o Times Literary Supplement, The Spectatore os Cahiers de Saisons. Mas também com o Diário de Lisboa, o Diário de Notícias, a Colóquio-Letras e a Colóquio-Artes. Lecionou nas universidades de Austin (Texas), Nova Iorque e Boston. Privou com poetas como Ruy Cinatti, Sophia de Mello Breyner Andresen, Mário Cesariny e António Ramos Rosa, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Amante da pintura, foi próximo de pintores como Vieira da Silva, Arpad Szenes, Menez, Jorge Martins, Paula Rego, Victor Willing e David Hockney. Não tinha uma relação pacífica com Portugal. Dos seus textos ressaltam a melancolia, a liberdade e a iconoclastia. Alberto Lacerda deixou muitos escritos inéditos. Na Imprensa Nacional publicou cinco volumes: Oferenda I (1984) e Oferenda II (1994), Elegias de Londres (1987), Átrio (1997) e Horizonte (2001).